terça-feira, maio 24, 2005

Vila Nova da Barquinha - O Paradigma da Conservação do Património I

Inauguramos aqui um conjunto de visitas que iremos levar a cabo a alguns dos mais mal cheirosos ex-lybris do Ribatejo mas, não só....
Este primeiro trabalho do nosso repórter fotográfico, recém contratado à agência Magnum, (a tal dos gelados), Rico Peçonhento, constitui na realidade uma visita ao antigo Convento do Loreto o qual definha paredes meias com o Parque Almourol.
Famoso pelas suas inscrições do século XVII com poemas de amor, registo de ilustres visitantes de longínquas paragens, tectos panorâmicos envidraçados os quais perminete uma atenta contemplação da flora circundante, estranhas e ricamente trabalhadas frestas e entradas secretas, o monumento de traça maneirista tem sido alvo de avultados investimentos na sua conservação, como de resto é, aliás, perfeitamente aferível pelo visionamento do Portfolio do nosso Peçonhento colaborador.
Os seus cuidados recantos internos e externos (donde se destaca o seu amplo espaço ajardinado exterior com mais de um hectare de plantas e sebes de fino recorte cuidadas com o mesmo primor e rigor que exige um bonsai) têm sido procurados amiúde para a nidificação de espécies tão diversas quanto o homo militantis, o homo peregrinus, a putatis fudentis ou ainda o homo ocasionalis.
Miguel Bombeiro já prometeu inclusive não cessar os investimentos nesta zona, garantindo financiamentos para a criação neste local de um pólo cultural análogo ao de Veneza no século XV.
Previstos estão já vários espectáculos da mais inovadora das criadoras nacionais das artes cénicas, Lúcia Piçalho, a qual prometeu mais um espectáculo de orgiástica nulidade, na sequência de uma tournée que começará em Santarém na cerimónia de comemoração da fixação na scalabitana cidade do marco quilométrico zero da União Europeia, notícia à qual demos, inclusive, amplo destaque em anterior edição.