domingo, novembro 13, 2005

Feira de Vaidades

Ela aí está a Feira do Cavalo na Golegã, com todos os cavalos e lusas éguas resplandecendo de beleza, as castanhas assadas, a água-pé, o abafado e a ginginha e, claro, a indispensável bosta pelas ruas da Capital do Cavalo. A Feira do Cavalo nem era Feira se não abundasse a lisboeta humana bosta exibindo suas bem tratadas e adornadas éguas bípedes, ricamente decoradas com arreios de ouro do mais fino recorte, ferraduras e selas Louis Vitton, dorso Zara, viseiras Vogue e outras que tais e, depois claro os autênticos puro-sangue lusitanos equídeos indispensáveis à festa: os Cayenne’s, os Touareg’s, os X5’s, ML’s, os XJ’s, os C, E e S, os 3, 5 e 7, os A4, A6 e A8, os 911, … etc..
Foi neste ambiente de euforia e calor (humano, apenas humano e não alcoólico), que o Mal-Cheiroso descobriu Puro Malte, o principal obreiro (de obrar) pelo ressuscitar de tão vaidoso e elitista evento ao qual a arraia miúda, no seu nacional saloismo e provincianismo se tenta a todo o custo colar, tal como a bosta que se cola aos pés e não desgruda, entretido com muitas éguas da capital da Metrópole, de esguias, e plásticas frontarias, de doces e angulosas curvas daquelas capazes de facilmente fazer erguer um segmento de recta.
Ah… a feira, a feira, gritava Sebento Andrajoso enrolado com uma betinha com ares de tia da capital, que volte depressa, para que com ela, voltem as mulas, as bostas e as moscas, sempre as mesmas…